Hoje vejo a vida como um palco.
Repleto de personagens.
E eu, de fora, observo o jogo acontecendo.
Percebo que meu silêncio não é mais por medo —
é o reflexo de uma profunda aceitação.
A aceitação de poder sair do jogo inconsciente,
onde todos ainda atuam na ilusão,
através das dores, dos papéis, das emoções.
Até há pouco, eu também estava ali — presa.
Achava que tudo era real.
Queria vencer, me provar, pertencer.
Mas agora eu vi.
Eu saí.
Continuo neste grande teatro,
mas sem me confundir com o personagem.
Desidentifiquei-me da história.
Por isso não julgo, não luto mais para mudar,
nem para me encaixar,
nem para manter viva uma representação que já morreu em mim.
Apenas observo.
Sinto tudo... mas escolho — conscientemente:
não reagir, não encenar mais.
Silêncio.
Me retiro.
Saio dali.
E volto para mim.
Neste sagrado instante,
revela-se minha verdadeira essência,
que está somente em Deus.
O Divino em nós, escondido,
só pode ser encontrado
quando já estamos exaustos do jogo humano,
cansados do ego,
e então... nos rendemos.
E nos surpreendemos com a verdade recém-descoberta:
Eu Sou.
E “Eu Sou” significa que
nada fora pode tocar ou desestruturar
aquilo que sou em verdade.
🕊️
Fabiana Freire
Semeadora do Amor