O segredo é caminhar devagar
E quando o vazio vem de encontro comigo
Trazendo consigo a perca dos sentidos
E já não tenho mais perguntas a fazer
E, portanto sem repostas a oferecer...
Deixei-me perder
Cansei de correr atrás do que já não sei o que alcançar
Olho para trás e tudo aquilo que vivi já não pertence a mim
Pontes de mim mesma construídos na areia
Não me sustentam
Estão se desfazendo por entre meus dedos...
Aquilo que fui e agora nem sei quem eu sou mais
E dentro de mim esse silêncio sem fim...
Pobre menina indefesa, que tanto correu
E agora cansou... E parou
E o que restou senão dar um tempo para o próprio tempo
E nesse momento em que sou calada
Sinto-me deitada no colo de Deus... Que me acalma
Sou acariciada por sua paz, que envolve a minha alma
E me faz sentir o gosto divino do eterno quando nele espero
Hoje entendo que tudo tem seu tempo. Que às vezes é preciso esse recolhimento
Para aprender que na vida nada sabemos
Que não podemos apressar demais os passos
Que o segredo é caminhar devagar
E assim há de chegar ao lugar
Que nos trará de volta a nós mesmos...
Desapegar do barulho das perguntas e das palavras
E se envolver na simplicidade que a vida tem a nos oferecer
Nem sempre terei alegria, mas assim viverei em harmonia
Porque Viver é morrer todos os dias, Para que a vida possa renascer
Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu. Ecl 3